Diary of a Married Man, real. Lech Kowalski. França, 2005. Beta SP, cor, 22 min.
Provocador documentário em três cenas. Na primeira, um homem fala da perfeição com que lava automóveis. Na segunda, o mesmo homem participa numa sessão sado-masoquista que acaba com as perguntas da dominadora e as respostas dele. Na terceira, ainda o mesmo homem aparece numa paisagem coberta de neve, despe-se e masturba-se. Será este o mesmo homem? A provocação lançada pela obra tem mais a ver com esta pergunta do que com o sexo explícito. As três cenas são três momentos da vida de alguém cujo retrato será sempre parcial, mesmo atendendo ao modo como ele confessa o seu enfado e a sua solidão. O filme sublinha isso, ao diferenciar cada segmento como se fossem autónomos em termos estilísticos: o plano móvel no primeiro, a montagem de fragmentos no segundo, o longo plano fixo no terceiro. Talvez as pistas acerca deste homem casado (outro dado bizarro, fornecido pelo título) pudessem ter sido multiplicadas e confundidas de uma forma mais subtil, complexa, e perturbante. [11.02.2010, orig. 04.2003]
