O Libertino, real. Laurence Dunmore. Austrália/Reino Unido, 2004. 35mm, cor, 114 min.
Peça adaptada pelo autor da peça que narra a vida de John Wilmot, o segundo Conde de Rochester, libertino e hedonista numa rota de auto-destruição. Ele é um poeta e dramaturgo (Johnny Depp) que se envolve com uma mulher (Rosamund Pike) que transforma numa grande actriz. O filme tenta reduzir as contradições e complexidades da personagem para criar empatia — é esse o movimento do monólogo inicial para o final. A fotografia utiliza iluminação natural, evitando recorrer a focos luminosos no interior (apenas do exterior para o interior) o que dá às imagens um ar dissipado, escuro, em consonância com o ponto de vista sobre este tempo. Apesar da cautela na aproximação à personagem, o filme distingue-se das representações luminosas do século XVII com aristocratas alinhados e limpos. Londres aparece como um local repugnante e sujo. [16.02.2010, orig. 01.2006]
