O Pacificador, real. Mimi Leder. EUA, 1997. 35mm, cor, 124 min.
Uma cientista, Dra. Julia Kelly (Nicole Kidman), e um oficial militar, Tenente-Coronel Thomas Devoe (George Clooney), unem-se para descobrir o paradeiro de armas nucleares roubadas na Rússia. A perseguição atravessa cidades e estados. Uma das ogivas é comprada por um terrorista da ex-Jugoslávia que quer devastar Manhattan porque os EUA ignoraram os massacres que se passaram no seu país. Devoe tem uma história pessoal trágica — a sua filha morreu à sua frente — e essa dor íntima transforma-se em desejo de vingança. Ele vê os estado-unidenses como justos, com o dever de curar todos os males que conhecem, unindo ideologia e indignação moral. O argumento foi inspirado numa reportagem de Andrew e Leslie Cockburn. O material dos repórteres, baseado em entrevistas e extraído de relatórios de espionagem e de fontes noticiosas, documentava o perigoso jogo de contrabando de armas nucleares na antiga URSS. Os vilões do filme, da mafia russa aos militares corruptos, são muito reais. Os mísseis nucleares sem paradeiro são um problema de segurança nacional, um pouco desconhecido do público. A tarefa de transformar a pesquisa dos jornalistas num argumento tenso de suspense coube a Michael Schiffer. As agências governamentais permitiram o acesso aos cenários de resposta pensados para combater terroristas armados com armas nucleares. Este é o primeiro filme de uma produtora da série de televisão ER (1994-), Mimi Leder, e é uma obra de acção, sempre em movimento. As cenas de assaltos e perseguições são coreografadas ao milímetro para manter a expectativa. O drama fundamenta o movimento, a partir do modo como a tragédia pessoal de um homem guia as suas acções, num mundo grande e vulnerável. [12.03.2010, orig. 07.2003]
